quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Agreste



Os ventos de agosto vergastam
a pradaria à minha volta
vibra castigada pelo sol

o feroz calor
queima enquanto
contorcem as ramagens
bafejo morno que traz
a terra amarga

o tapete contrai-se
esfarrapado nas farpas do varal
o suor corta meu rosto
enquanto o horizonte se
estende mansamente

hirto, assisto inanimado,
à minha volta em agonia;
da ponta do casebre,
pende uma gaiola, vazia

o vento pachorrento de agosto
leva para além da aridez da vida,
do pássaro, o canto

a gaiola se contorce
no ritmo das ramagens,
presa ao elo metálico,
enferrujado. 

Um comentário:

Clarice Villac disse...

Poema que gera imagens, sensações...

Parabéns !

Postagens em Destaque

Angústia - Poema