Os ventos de agosto vergastam
a pradaria à minha volta
vibra castigada pelo sol
o feroz calor
queima enquanto
contorcem as ramagens
bafejo morno que traz
a terra amarga
o tapete contrai-se
esfarrapado nas farpas do varal
o suor corta meu rosto
enquanto o horizonte se
estende mansamente
hirto, assisto inanimado,
à minha volta em agonia;
da ponta do casebre,
pende uma gaiola, vazia
o vento pachorrento de agosto
leva para além da aridez da vida,
do pássaro, o canto
a gaiola se contorce
no ritmo das ramagens,
presa ao elo metálico,
enferrujado.
Um comentário:
Poema que gera imagens, sensações...
Parabéns !
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